O anime de mecha mais viajado que eu já vi

CONTEXTUALIZANDO

Mecha é a abreviação da palavra "mecânico" e se refere a um robô gigante com traços humanos que combate monstros ou mechas rivais. Nos animes, o gênero ganhou bastante popularidade na década de 70, principalmente com o lançamento de Mazinger Z, que inovou ao adicionar pilotos que controlam o robô internamente e também ataques clássicos como o soco-foguete.
Agora, imagine como seria um mecha estilo Mazinger Z misturado com Ashita no Joe. Ou então, como seria se Gurren Laggan tivesse 49 episódios e fosse feito nos anos 90. Pois é sobre esse anime que irei comentar hoje. Apresento a vocês, Red Baron!!!


Inicialmente, Super Robot Red Baron era uma série japonesa de 39 episódios no estilo tokusatsu e mecha, transmitida entre 1973 e 1974. A série surfou na onda do Go Nagai, mas optou por contar uma história mais tensa e dramática, diferente de Mazinger que é pura loucura.
Mais tarde, em 1994, Red Baron voltou e dessa vez em animação, com uma nova história e diferentes personagens, praticamente outra obra. O anime de Red Baron foi produzido pela Tokyo Movie Shinsha e dirigido por Akio Sakai (diretor chefe). Num geral a equipe de produção é até boa.

RESUMINDO O ANIME

A história de Red Baron é a seguinte, no futurístico ano de 2020, os avanços tecnológicos permitiram a criação de robôs gigantes chamados "Metal Fighters", que competem num evento esportivo internacional para decidir o robô mais forte de todos. No entanto, a organização do mal "Máscara de Ferro" planeja roubar esses robôs para fins malignos. Assim sendo, eles roubam o Red Baron criado pela engenheira Shouko Saeba e sequestram seu pai, o famoso pesquisador Tetsuo Saeba. Ken Kurenai, um garoto que almeja se tornar o campeão mundial desse esporte, se junta a Shouko para recuperar Red Baron e salvar Tetsuo Saeba.

A partir daí, Red Baron foca num formato episódico para contar sua história, com o Ken viajando diferentes locais do mundo para cumprir seus desafios de Metal Fighter e no meio tempo enfrentando inimigos enviados pela organização.

PERSONAGENS

Agora que contextualizei a história, vou falar dos personagens. Red Baron possui muitos personagens, então vou começar falando dos mocinhos.
Primeiro temos o Ken Kurenai, o cara que pilota o Red Baron. É o típico protagonista esquentadinho e que adora lutar e se superar. No começo sabemos quase nada sobre ele, mas depois é revelado sua origem. É um protagonista bem OK, as interações dele com a Shouko são tipo Luffy e Nami, um sendo burro e a outra sensata, e o dilema dele só se sentir vivo quando luta lembra bastante o Joe Yabuki.
A Shouko por sua vez é a criadora e responsável pelos reparos e melhorias do robô. É uma boa personagem e surpreendentemente possui dramas melhores que os do prota.
Acompanhada da Shouko temos o Robby, um pequeno robô criado pela Shouko que auxilia nos reparos. Ele tá sempre no meio do fogo cruzado entre os protagonistas e é muito engraçado ver ele fazendo palhaçada diante de qualquer situação, seja proposital ou não.
O próximo é o Koumei, um lutador de Metal Fighter que no começo é uma espécie de rival do Ken, porém os escritores viram que ele era gente boa demais para isso e fizeram ele ser o mentor do Ken no lugar, responsável por ensinar novas técnicas (só ensinou 1 mesmo). Ele lembra bastante o Shiryu, um cara forte e honrado que vive se sacrificando pelos outros, só faltou se cegar. 
Adiante temos o Kumano, o jornalista que acompanha Ken e companhia em suas viagens. É basicamente a Wikipédia ambulante sobre os lutadores de Metal Fighter, coisa que o Ken devia ser também. É um personagem bem esquecível, tanto que ele ficou uns episódios fora e eu nem percebi. Quando ele não tá informando, ele faz dupla com o Robby nas piadinhas. Às vezes é engraçado.
Por fim, temos o Chuutatsu, outro lutador Metal Fighter e rival do Koumei. Além de forte e honrado, é um personagem muito divertido de acompanhar. Provavelmente meu segundo boneco favorito.

Fora os protagonistas, temos o trio de vilões que vivem bolando planos para derrotar o Ken e roubar o Red Baron. Não vou me estender muito neles.
Eles são o corcunda de Notridame, Dr. Asimov (nome inspirado no escritor Isaac Asimov), a loira fazedora de fanservice, Marylin (inspirada na atriz Marylin Monroe) e o cientista genérico Dr. Freud (o mais óbvio, Sigmund Freud). Os três trabalham para o nada misterioso Kaiser, vilão chefe que toda hora tem seus planos arruinados pelo Red Baron e pela incompetência de seus empregados.

CRÍTICA

Pela minha descrição você deve ter percebido que Red Baron não é um anime que se leva muito a sério, e você não poderia estar mais certo. Quando o assunto não é resgatar o pai da Shouko, Red Baron é pura galhofaria, com os vilões citados acima, e outros personagens secundários, sendo o principal alívio cômico. Funciona algumas vezes, porém eu acho que isso tira a sensação de perigo e tensão que esses caras deveriam trazer. Afinal, eles enfrentam o Red Baron, direta ou indiretamente, então teria que ter um senso de ameaça maior.
Também não ajuda muito o fato do Ken ser um personagem que vive vencendo as lutas. Não existe uma grande estratégia ou reviravolta, quase todas as batalhas dele consistem nele sofrendo uma desvantagem no começo por injustiça ou descuido mesmo, mas no final ele vira o jogo porque ele é o protagonista.

Um ponto positivo de Red Baron é que ele tem boas ideias. O arco final aborda o tema de humanos e tecnologia, as máquinas começam a ter formas orgânicas, estilo EVA (porém sem a profundidade que EVA tem). Outra coisa legal é o robô movido a força de vontade, que é brega, mas funciona porque o estilo do anime permite. Se Red Baron tivesse mais ousadia em levar adiante essas ideias, teríamos um anime incrível.
Outra coisa que Red Baron compensa é a trilha de abertura que é muito cativante e não sai da cabeça (ela toca em todos os episódios como insert, mas não enjoa). As outras faixas de música são boas também, exceto o tema de encerramento que destoa um pouco da série e podia ter outro no lugar em certo ponto.


DUBLAGEM BRASILEIRA

Antes que eu me esqueça, preciso falar um pouco da dublagem BR feita em Miami.
Ela foi traduzida do espanhol e com isso todas as adaptações de nomes e termos vieram junto. O Ken Kurenai virou "Kent Flores" e a Shouko Saeba virou "Sally". Os outros personagens ficaram com nomes parecidos, mas por algum motivo o Chuutatsu virou "Chatatsu", não sei que feitiçaria eles fizeram pra colocar um "a" ali.
É uma dublagem que você espera de Miami, atores falando sem vontade, elenco de voz pequeno, vozinhas de South Park, só coisa boa.

AVALIAÇÃO FINAL

No começo eu pretendia esculachar esse anime, principalmente porque não vi ninguém fazendo isso na net, então isso faria de mim o primeiro... Porém no geral ele é uma representação decente dos clássicos animes de mecha. Hoje em dia ele poderia estar perdido igual estava há alguns anos atrás, mas felizmente ele reapareceu pra matar saudades dos viúvos da Locomotion.

Red Baron é divertido em muitos momentos, meio lento em outros, meio inconsistente também, mas ele sabe entregar boas cenas quando quer. 

Minhas avaliação final é um 6/10.

Aliás, fiz uma tierlist dos mechas:

Super Sonic HQ, alguém lembra?

 Olá meus caros leitores. Estou aqui mais uma vez para tratar de assuntos de extrema relevância para a comunidade geral. Hoje irei falar dum site que não visito há literalmente uma década, e que pensei que estava fora do ar. O site em questão é o "Super Sonic HQ" (música de suspense de fundo).

O motivo para eu ter ficado tanto tempo sem visitar esse site é, além de eu ter crescido, o nome dele que não ajuda a achar ele no google e não é muito memorável com todo respeito.
Por meio do Wayback Machine, um site que preserva conteúdos da internet da maneira que eles eram, minha busca foi facilitada e consegui achar o tal portal. Com isso, resolvi apresentar esse site a vocês, já que ele fez parte da minha infância, assim como várias outras coisas que escrevo nesse blog. Aproveitem o post!

CRIADOR E HISTÓRIA DO SITE 

Antes de falar sobre o site em si, vou contextualizar um pouco sobre o seu criador. Rogério Ferraz da Silva é um quadrinista, ilustrador e animador 2D na Pinguim Content, criadora de alguns desenhos famosos como "Peixonauta" e "O Show da Luna". Ele também possui trabalhos autorais como o "Medalha Zero", lançado em 2018, e é um quadrinho focado em trazer a ação e a ficção científica para a realidade paulistana, palavras do próprio autor.
Além disso, Rogério criou "Super Sonic O Retorno do Death Egg", quadrinho lançado em abril de 2000 e a primeira obra do autor que tive contato. Outras obras do criador estão todas disponíveis no seu blog, clique aqui para conferir.
Atualmente o Rogério trabalha como supervisor de animação e no tempo livre foca nos seus personagens. Ele até mesmo está desenvolvendo um jogo Beat 'em up do Medalha Zero.
Sobre o SuperSonicHQ.org, ele foi criado em 2003 para divulgar o projeto "Super Sonic O Retorno do Death Egg" e acabou evoluindo para um lugar onde fãs de Sonic pudessem divulgar suas artes e HQs. O site precisou ser descontinuado em 2013 e até hoje não há previsões para ele voltar.


SUPER SONIC HQ ATUALMENTE

O site possui apenas um backup hoje em dia e muitas de suas páginas se encontram off, porém, com a ajuda do meu amigo Wayback Machine pude ver o site em sua completude.


Primeiro a página inicial já me causou uma nostalgia indescritível. Essa estrutura de site, com esses gifzinhos de hiperlinks e menu estilizado é algo tão agradável de se ver. Isso aqui é uma época áurea, amigos.
Enfim, antes de falar sobre as HQs em si, vou comentar algumas seções do site. Temos a parte de afiliados, que possui vários banners que te levam para sites relacionados a Sonic, seja jogos ou HQs oficiais. Eu não conferi todos, afinal a maioria tá off e não tem muito o que mexer.
Em seguida temos a área de "Autores das HQs" e aqui começa a ficar engraçado. Fora o Rogério, eu acho que ninguém tinha mais de 15 anos na época. Temos lendas incríveis como MiGuEl The Hedgehog, Dark Shadow e (esse é foda) Dark The LIZARDHOG.

Essas são as fotos dos meliantes. Se você ver algum deles na rua, já sabe... heh >:)

O mais engraçado é que dá pra ver o nome completo, a cidade e até a música favorita de alguns. Curiosamente a maioria tem como jogo favorito Sonic Heroes, além é claro de Final Fantasy Sonic X pra fechar com chave de ouro.

Indo para a parte de Regras do site, temos algumas coisas interessantes. Primeiro, o próprio Roger incentiva seus membros a criarem HQs utilizando sprites e programas de edição como Paint ou Photoshop. Admiro a liberdade que ele ofereceu,  porém isso também fez com que muitas histórias fossem pura fanfic infantil.
Outra coisa sobre as regras, é que os autores poderiam cancelar suas histórias e, consequentemente, elas seriam excluídas do site para economizar espaço. O estranho é que eu não encontrei nenhuma que foi deletada. O próprio site divide as HQs completas das incompletas e das abandonadas, então acho que todas as histórias foram preservadas lá e a ideia de excluí-las não foi pra frente.

Tem também uma parte do site dedicada a mostrar personagens das HQs. Quase todos são recolors de personagens da franquia, principalmente o Sonic, o que lembra muito aquela época dos OCs que todo mundo criava a rodo.
Ah, e temos também o GOAT Sonic Walker.



ANALISANDO AS HQS

Com toda a apresentação feita, vamos falar sobre algumas HQs feitas nesse período de 10 anos em que o site esteve no ar. Elas eram boas? Foram relevantes de alguma forma para a fanbase de Sonic? Será que elas superam as HQs oficiais? Vamos atrás das respostas para essas perguntas!

Super Sonic O Retorno do Death Egg


Escrita e ilustrada por Rogério Ferraz, é a primeira HQ que aparece quando você entra no site. É sem dúvidas a mais profissional de todas e com a melhor história disparado. O enredo se passa provavelmente entre o Sonic 3 e Sonic CD, já que temos Knuckles e Metal Sonic, além de uma menção a Amy. 
As lutas são legaizinhas e cheias de reviravoltas, como o Knuckles escavando a nave do Eggrobo, que é uma característica própria dele. O fato do Metal Sonic ter presença aqui também é ótimo, pois ele é um personagem que eu gostaria que tivesse mais destaque.
Algumas críticas que tenho é em relação ao ritmo. Achei que algumas cenas de ação poderiam ter seu tempo estendido pra dramatizar mais e causar mais impacto. Fora isso, certamente é uma história feita com amor e que me deixou ansioso para ler mais, embora eu ache difícil ela receber uma continuação.

O Herói Possuído


Comic escrita e ilustrada por Geovana Vieira. Essa eu não li na época, provavelmente porque parei acompanhar após 2012, ano em que ela foi publicada.
A história é sobre um vírus criado pelo Eggman que infecta o Sonic e agora ele vira uma espécie de anti-herói que age impulsivamente. Enquanto isso, o verdadeiro Sonic, fora de seu corpo, apenas observa, sendo incapaz de interferir.
A história parece meio edgy, mas há muitos diálogos engraçadinhos e autora manja de onomatopeias e organização de quadros, portanto fica uma leitura surpreendentemente prazerosa. Infelizmente a narrativa termina abruptamente, tendo atualmente apenas 41 páginas e um final em aberto.

Sonic The Hedgehog: The Crazy Time!


Depois de revisitar algumas comics, percebi que muitas se assemelhavam em escrita e visual. Quase todas utilizam sprites da internet para os personagens e balões e efeitos especiais feitos no photoshop ou paint, o que gerava limitações técnicas, mas a criatividade das histórias às vezes compensava. Um desses casos é
 "The Crazy Time!", que lembro ser a minha história favorita desse site.
Escrita e editada pelo Marcelo Henrique Vilela, pseudônimo "Tails X", a história se resume no Eggman convidando o Mephiles (curiosamente já como clone do Shadow) a voltar a ser um vilão e juntos acabarem com o Sonic. No caminho, Eggman cria robôs e androids para matarem o Sonic, um deles tem a aparência do Weegee (internet anos 2000).
A graça dessa comic tá nas referências do YTPBR da época, como o próprio Weegee, Seu Madruga e o meme do "Mah Boy". Se considerarmos o ano em que foi lançado, 2008, é um trabalho decente e com umas piadas boas.

Chaotix: Super Detective Team


Essa aqui não é bem uma comic exclusiva do Super Sonic HQ, mas quis incluir porque ela é legalzinha e foi feita por um brasileiro, mesmo estando na parte em inglês do site.
Criada por Felipe Marcantonio e Mileny Raquel, o quadrinho conta as aventuras do Time Chaotix resolvendo casos criminais como detetives num tom cômico e leve. As interações entre o trio são bem fieis à franquia e pessoalmente gosto muito desses personagens, mesmo eles não tendo tantas aparições nos jogos principais.
O quadrinho foi lançado em 2005 inicialmente, que é a versão que temos no Super Sonic HQ, porém ele foi refeito mais tarde e você pode conferir essa nova versão clicando aqui.


FIM

Algumas comics desse site continuam legais de ler, mas o resto continua sendo uma daquelas partes da internet antiga que são irreplicáveis hoje em dia e merecem ser analisadas dessa perspectiva.
Obrigado por ler até aqui e agora veja essas fanarts boladonas dos membros do site.

Ashura, o Glitch - Nuno Domingues

"Aiôô Silver!" - Lucas Karkle Couto

Sonic Drift - Rogério Ferraz da Silva




Compilado de dicas não tão úteis para scanlators

Exemplo de Mudança de Tamanho de Texto

 Olá a todos os meus 5 leitores, um deles sendo eu mesmo, hoje estou aqui para elencar algumas técnicas de scanlation que uso. Eu posso estar sendo meio presunçoso querendo ensinar scanlators quando eu só tenho 2 anos nesse meio, mas espero que pelo menos você possa tirar proveito de alguma coisa.

Pra quem não sabe, scanlation é o ato de digitalizar, traduzir e editar um quadrinho geralmente sem a permissão do autor.  Scanlation é a combinação das palavras "scan", digitalização, e translation, tradução. Embora muitos grupos tenham "scan" nos seus nomes, a maioria apenas se foca na parte de tradução e edição, pois muitas obras atualmente possuem uma versão digital e é razoavelmente fácil achar uma RAW (versão oficial não traduzida de um mangá) por aí. Com essa apresentação feita, vamos iniciar logo essa bagaça.

Como encontrar e baixar capítulos:¹
Caso precise encontrar uma RAW, eu sugiro procurar no DL-RAW que lá tem muitas mesmo, tem até um canal no telegram onde você pode pedir e os caras vão upar no site, simples assim.
E caso precise baixar os capítulos feitos na gringa, use o HakuNeko Desktop, aplicativo de PC apenas, creio eu.

Dicas para tradução:
Utilize Word para guardar e compartilhar a tradução - muitas pessoas, eu incluso, são acostumadas a usar só o bloco de notas para compartilhar a tradução, mas se compararmos com o word, a única vantagem do bloco é que ele é mais simples e prático, eu acho. O word possui o corretor de texto, é possível editar livremente certas partes ou todo o texto, dá pra adiconar comentários sem que eles ocupem espaço, é mais bonito visualmente, etc. e etc.

Não traduza literalmente - isso você já deve saber, mas muitas pessoas não o fazem, às vezes por ignorância ou por usarem aplicativos de tradução. Traduzir coisas como "after all" para "depois de tudo" é pra mim um erro crasso e fica ainda pior quando toda a tradução é desse nível. Isso não devia nem ser uma dica, mas sim uma regra. Eu ainda posso conectar isso com a próxima sessão que é...
Traduza naturalmente, adaptando o texto da melhor forma - às vezes o texto da gringa é prolixo ou simplesmente tem erros, então não faz sentido manter isso na tradução. Eu gosto de traduzir pensando em como aquela fala seria dita num contexto equivalente brasileiro, sabe? 
tipo nesse quadro de "Kamen Boxer" eu fiz o cara falar "chazinho" porque sim. Simplesmente achei engraçado e adequado.

ou nesse diálogo de "Giant Spider & Me: A Post-Apocalyptic Tale".Gostei muito da forma que a conversa fluiu. Essa personagem de preto em específico fala de uma maneira bem solta, então eu podia ser mais solto também.

E é claro que eu erro às vezes, ainda tô aprendendo bastante coisa, então mesmo esses dois mangás têm falas que eu mudaria hoje em dia. Enfim, apenas leve em conta o contexto na hora de traduzir, falas mais soltas não funcionam em momentos sérios, obviamente. Fora isso seja consistente, busque outras scans para entender melhor um diálogo e etc.

Dicas para edição:
Edição é uma parte do scanlation que você tem que gostar muito de fazer, senão vai ser sofrido. Pra começar, edição pode ser mais tranquilo ou pesado de fazer, tudo depende das escolhas que você fizer, e eu vou explicar melhor isso adiante.

Bubble mask action pra clean (limpeza de textos) - eu praticamente fiz esse post apenas pra informar você disso. Limpar balões pode ser uma tarefa chata, mas não tema, pois agora você possui uma ferramenta automática para isso.
Funciona da seguinte forma, você vai em "carregar ação" no photoshop (o programa que acredito que você já deve ter instalado) e carrega o arquivo logo abaixo. Então você só precisa usar a varinha mágica para selecionar os balões e apertar um tecla atalho pra executar a ação. Veja esse vídeo de um br gravado numa qualidade duvidosa em caso de dúvidas.




inclusive, essa parte das ações é bem útil caso você precise repetir uma tarefa em todas as imagens. Só crie um comando pra isso e vai passando imagem por imagem.

Técnicas pra arrasar no redraw (redesenho) - se você for um infeliz, sem vida e psicopata, você pode optar por apagar todos os textos que cobrem parte da imagem do seu mangá e redesenhar o que ficou em branco.
                                sem redraw                                                                 com redraw 💀   

Como você deve ter percebido, eu tenho um certo ódio com essa parte porque é muito trabalhosa e no fim o leitor nem vai dar bola. Portanto, hoje em dia só faço se for rápido e eficiente. Mas enfim, use a função "preenchimento com reconhecimento de conteúdo" na parte "editar" do photoshop, ela faz justamente o que tá no nome, preenche partes da imagem com o conteúdo ao redor. Nem sempre fica perfeito, mas se você souber usar, pode dar bom. Recomendo baixar o photoshop 19 pra frente, pois as versões antigas não têm essa função (acho).
Ano passado lançou um photo com uma IA que fazia um trabalha muito melhor, porém creio que ele não está mais disponível por métodos alternativos.
Outra dica é simplesmente pôr o texto por cima da parte apagada e redesenhar somente o que sobrar, bem prático.

Técnicas e ferramentas pro typesetting (adicionar textos) - Antes de adicionar os textos, você precisa cuidar no tamanho e estilo da fonte. Às vezes a fonte pode estar serrilhada porque você não selecionou a opção "suave" no cabeçalho, ou também o texto pode estar num tom levemente acizentado, e só depois você percebe, ou ainda o tamanho está muito pequeno para ser lido... enfim, um bocado de coisas podem acontecer.
Nesse sentido, afim de evitar erros, eu recomendo usar o TyperTools. Ele é uma extensão do photoshop que simplifica o processo de colocar, ajustar e estilizar os textos. Tudo o que você precisa fazer é abrir o arquivo com o photoshop aberto (no meu caso a versão que eu tenho e funcionou é a de 2021, 22.5.1) e clicar na parte "janela", depois "extensões (herdado)". Depois é só adicionar o estilos e meter marcha.



Além disso, como os textos japoneses são escritos de cima pra baixo (pelo menos eu acho que é assim pra todos os mangás) os balões vão acabar sendo esticados verticalmente e difíceis de encaixar textos inteiros. Nesses casos você só coloca uma borda branca ao redor da fala ou "achata" ela horizontalmente
nesse caso eu fiz os dois, ficou legal

Se você estiver procurando por fontes, recomendo pedir para outros grupos scanlators. É certeza que eles vão mandar um pack inteiro.

Aliás, uma coisa que esqueci de dizer antes é para você se certificar que a imagem está no modo "tons de cinza" ao invés de "cores RGB". Apesar que todas as imagens que baixo já vêm com essa opção selecionada.

Como salvar várias páginas de uma só vez no photoshop²
Simples meu pequeno macaquinho, clique em "arquivo", vá em "scripts" e depois em "processador de imagens" no photoshop, aí é só selecionar salvar como JPEG e PSD, se precisar. Caso queira salvar em png, crie uma ação e depois vá em Arquivo - Automatizar - Lote e selecione a ação que salvará em png. Tô com preguiça de explicar como cria ação, veja os vídeos lá.

Dicas para upar, compartilhar e divulgar:
O site que eu vejo o pessoal mais usando pra upar é o mangadex e digo por experiência própria que deve ser o melhor site atualmente. E claro, lembre-se de conferir se as páginas estão certas e tals tals.
Pra compartilhar arquivos eu recomendo primeiro compactar e mandar por um google drive da vida, se precisar.
Muitos servidores de discord deixam um canal livre pra você anunciar seus capítulos, mas eu não acho muito viável. O melhor seria você divulgar seus projetos ou scan em parceria com outros servidores populares, pois assim sua mensagem ficará mais tempo visível.


fim dessa bagaça
Acho que era só isso. Comente aí o que você achou do post e o que na sua opinião faltou eu falar.
Ultimamente eu tava com preguiça de escrever qualquer coisa aqui, mas depois de ver um vídeo do ludoviajante eu me sinto melhor pra voltar e espalhar achismos esperando que alguém leia isso.

Nota: os tópicos com ¹ e ² foram adicionados depois, pois esqueci de falar deles.

Listando tudo que joguei em 2025

Mais uma vez retorno para fazer uma lista de todas as obras que consumi em determinado ano. Dessa vez falarei de jogos, pois ano passado quis falar de filmes e acabei perdendo a vontade de ver no meio do caminho. Esse post seguirá a mesma fórmula do anterior, portanto ele também será bem longo.

Vou mencionar apenas os jogos que zerei, independente de quando eu tenha os iniciado. Sem mais enrolações, bora começar.

Grow Cube (2005)

  • 🕹️ Desenvolvedor: On Nakayama
  • 📆 Data zerado: 07/01
  • ⭐ Nota: 7/10

Imagem do jogo Grow Cube

Esse aqui faz parte da minha aventura de visitar diversos jogos flash pra saber qual seria o melhor. Grow Cube faz parte da série de jogos GROW, que consistem em puzzles onde você aperta botões que gerarão mudanças no mundo e, dependendo da ordem que você apertar os botões, você poderá chegar a vários finais. É um estilo de gameplay bem simples, porém muito criativo e único, podendo até mesmo ser tido como um gênero novo. Além disso, jogar e ir vendo todas as combinações até chegar no final verdadeiro, além de ir descobrindo easter eggs no caminho é muito confortável e divertido.

Minha única crítica é que rejogar isso não traria a mesma sensação, mas com certeza vale a pena conhecer.


The Fog Fall (2008)

  • 🕹️ Desenvolvedor: PastelGames
  • 📆 Data zerado: 18/01
  • ⭐ Nota: 4/10

Imagem do jogo The Fog Fall

Mais um jogo em flash, eu juro que não é só isso que jogo. Esse é um point-and-click suspense e mistério. Os cenários sujos e com traços rabiscados, junto da história contada por meio de elementos que você encontra foram legais no começo... Mas depois eu só queria saber a senha pro traje de radiação e terminar logo essa bagaça. Os desafios a serem resolvidos são meio injustos, pois quase tudo no cenário é meio bagunçado, portanto fica difícil de encontrar o local certo para clicar e achar um novo item. Fora que como diabos eu ia saber que teria que jogar veneno e pasta de dente num cadeado para quebrá-lo?! E pra piorar, apesar da atmosfera tensa do jogo, nada demais acontece, o que é bem broxante.

Provavelmente as sequências são melhores, porém não sei se quero continuar por mais 3 jogos dessa série.


The Fog Fall 2 (2009)

  • 🕹️ Desenvolvedor: PastelGames
  • 📆 Data zerado: 23/01
  • ⭐ Nota: 5/10

Imagem do jogo The Fog Fall 2

A sequência tem uns twists legais, tipo a revelação dos zumbis mutantes, ou a aparição de sobreviventes naquele mundo devastado, fora que os puzzles ficaram bem mais fáceis e eu levei menos tempo pra zerar. No entanto, essa sequência ainda não se salva por não apresentar nada grandioso. Assim como o primeiro jogo, a atmosfera tensa e misteriosa são legais no começo, mas rapidamente cansa.


The Fog Fall 3 (2010)

  • 🕹️ Desenvolvedor: PastelGames
  • 📆 Data zerado: 23/01
  • ⭐ Nota: 5/10

Imagem do jogo The Fog Fall 3

O terceiro jogo da série tem ideias interessantes, como os observadores, e os puzzles continuam fáceis de cumprir em sua maior parte, principalmente quando há dicas do que se deve fazer. Minhas reclamações dessa vez é que, pela primeira vez, dá pra combinar os itens que você coleta e o jogo nunca menciona isso. Também não gostei que o jogo possui dois finais, mas nos dois o desfecho é praticamente o mesmo, então é meio desnecessário no final.


The Fog Fall 4 (2012)

  • 🕹️ Desenvolvedor: PastelGames
  • 📆 Data zerado: 23/01
  • ⭐ Nota: 3/10

Imagem do jogo The Fog Fall 3

Último dessa pequena franquia e eu ainda não sei porquê isso existe pra começo de conversa. Os primeiros tinham um ar de mistério e eram até meio tensos, porém o quarto jogo quis fazer um mapa enorme, abandonando quase todos os personagens dos últimos jogos (o vigia da conveniência do 3 tá aqui por algum motivo) e não dando respostas para quase nada, nem mesmo adiciona coisas relevantes. O máximo que foi revelado é que existem pessoas com influência nesse mundo e que os mutantes passam por um processo de tratamento antes de virarem monstros por completo. Apenas isso.

The Fog Fall 4 terminou broxante da mesma forma como o primeiro, a diferença é que aqui a expectativa era muito maior.


Adventures with Anxiety! (2019)

  • 🕹️ Desenvolvedor: Nicky Case
  • 📆 Data zerado: 22/02
  • ⭐ Nota: 5/10

Imagem do jogo

Jogo curto e bem apresentadinho, trata o problema da ansiedade de maneira cômica e exagerada. Minhas maiores críticas são aos diálogos, que às vezes são cringes, e na mensagem que não é grande coisa, bem comum na verdade.


Tower of Heaven (2009)

  • 🕹️ Desenvolvedor: Askiisoft
  • 📆 Data zerado: 25/02
  • ⭐ Nota: 6/10

Imagem do jogo

Mais um jogo curto e indie. Esse é um plataforma que simula o estilo gameboy de cores e sprites. Muito bem animado e gameplay flui legal. A mecânica de cada fase adicionar novas regras para aumentar a dificuldade é interessante, porém o jogo acaba rápido demais e senti que essa ideia não foi tão bem aproveitada. Finalzinho bonitinho.

Sugestões de animes e mangás para o Halloween

 Olá. Percebi que eu começo muitos posts falando "olá", vou tentar fazer disso uma saudação fixa, pois não tenho nenhuma no momento.

Bom, Halloween tá quase aí, e agora que só falta um dia até ele chegar, vou começar a escrever o post que tava planejando desde o começo do ano. Talvez eu acabe publicando ele sem muitas revisões, então não se surpreenda se você encontrar mais erros de gramática ou sintaxe do que o normal.

Nesse post recomendarei animes e mangás do gênero terror, ou horror, uma categoria interessante, pois existem poucos títulos desse tipo. Melhor dizendo, existem poucos títulos BONS desse tipo. Vai por mim, filtre sua listinha animanga por esse gênero e me diga quantos animes de terror bons, com exceção de Perfect Blue e DMCB, você encontra. Pois é.
Piadas a parte, vou fugir do padrão e recomendar obras impopulares, afinal, não faria sentido eu começar citando coisas como Chainsaw Man, sendo que todo mundo já viu e nem faz muito tempo.


Shiki (julho de 2010 - 22 eps)
Durante o verão severo na vila Sotoba, uma pacata região com 1300 habitantes, várias mortes estranhas começam a acontecer. A princípio os investigadores creem na possibilidade que se trata de uma epidemia ou mesmo ataques de cachorros selvagens, mas tudo fica ainda mais bizarro quando a jovem, Megumi Shimizu, desaparece e a vila toda se junta para encontrá-la.
Esse anime conta com mistérios que se desenvolvem lentamente, suspense e foco no psicológico de quase todos os personagens, que não são poucos e garanto que você irá lembrar de vários. A produção num geral é muito competente, pois conta com um design de personagens único, cenários bonitos, boas músicas de abertura e encerramento, e uma impecável trilha sonora composta pelo Yasuharu Takanashi (té virei fã dele).
Não é o tipo de obra que recomendaria caso você procure algo mais agitado pra ver de uma só vez. Shiki é uma série lenta e com uma animação no geral okay. Porém, o maior problema que vejo sendo apontado é que é um anime entediante e com um roteiro burro, pois o final poderia ser evitado se os personagens agissem mais racionalmente. E como não quero dar spoiler, só vou dizer que concordo em partes. Sim, o roteiro dá uma forçada às vezes, mas, qualé, é um anime edgy dos anos 2010 com design adolescente, bora curtir pô.


Onikirimaru (setembro de 1994 - 4 OVAs)
Houve uma vez em que uma mãe oni deu luz a um oni com aparência de humano, que veio junto ao mundo com uma espada no lugar de chifres. Esse garoto não tem nome e refere a si mesmo como Onikirimaru, o nome de sua espada. Mesmo ele sendo puro oni, Onikirimaru acredita que se tornará humano caso mate todos de sua raça, portanto ele sai em busca de assassinar todos os onis que estão por aí devorando geral.
Ao contrário do anterior, Onikirimaru é bem curto e todos os episódios contam com ação e violência, só não recomendaria você assistir com a família porque tem muita nudez e outras bizarrices. Na verdade, eu até acho sacanagem como todas as vítimas são mulheres que os onis fazem questão de deixar nuas. Enfim, Japão. 
Cada OVA conta uma história separada das outras, então caso você não goste da primeira, pode tentar a sorte com as outras. Apenas garanto que você vai gostar da última que é a melhor sem dúvidas. 


Mission-chan no Daibouken (setembro de 2006 - 7 capítulos)
Mission-chan é uma garota que tem problemas e um dia resolve se churrascar. Após realizar o ato, ela acorda num mundo estranho e cruel. Infelizmente a garota não esperava que mesmo após a morte ela continuaria tendo problemas.
Gosto de como o traço da obra, o elefante na sala, junta a bizarrice e o humor das situações para criar uma atmosfera bem única, apenas olhe essa página. É realmente um trabalho interessante, mas infelizmente acho que ele perde a oportunidade de desenvolver novas ideias com o decorrer dos capítulos. 
Caso você procure uma obra experimental ou que aborde assuntos sérios de uma forma incomum, esse é o mangá ideal pra você.


Kakugo no Susume (março de 1994 - 100 capítulos, 11 volumes)
Kakugo e Harara são dois irmãos que receberam os exoesqueletos fortificados Zero e Kasumi, respectivamente, para protegerem o mundo dos monstros criados a partir de experimentos científicos malignos e que agora atacam os inocentes diariamente no pós-apocalíptico século 21.
Kakugo no Susume não é nem sequer terrror ao meu ver. Ele provavelmente só tem esse gênero por causa da violência brutal, principalmente dos primeiros capítulos. É gente sendo esmagada, mutilada viva, tendo a cara rasgada, só coisa boa. E a arte é bem eficaz em refletir essas atrocidades, porém às vezes ela puxa pra algo um pouco cômico também, colocando expressões bobas nos personagens ou adicionando monstros com características ridículas, como um dragão saindo do órgão genital.
Acho que só palavras não serão o bastante para te fazer ler, então fique com essa imagem e tire suas próprias conclusões.


Amrita no Kyouen (maio de 2023 - filme)
Voltando para casa depois das aulas, Tamahi e suas amigas ficam chocadas ao presenciarem uma pessoa se jogando de um edifício. Elas correm até o prédio apenas para descobrirem que ele está abandonado. Tamahi avança em frente enquanto as outras duas colegas sentem que alguém as observa.
Falar de uma obra que não vi, beleza? Já pode palpitar ou tá cedo? Eu peguei pra ver alguns animes de terror que não conhecia pra fazer esse post, e esse em específico me chamou a atenção porque foi idealizado, animado e dirigido por uma só pessoa, Saku Sakamoto. Sim, o filme tem mais 60 minutos e foi feito por um único mano e ficou bom até. Tem sim algumas tomadas em CGI estranhas, mas num geral o visual é bacana e o cara sabe como criar uma atmosfera tensa, típica de filmes de terror atuais.
Dessa eu lista eu diria que esse é o que mais tem cara de combinar com o halloween, fora que é o mais fácil de assistir, então achei justo recomendar, mesmo sabendo que tem coisas melhores acima.


E só isso o post. Acredito que nenhuma dessas obras seja realmente assustadora, até porque isso é quase impossível fazer num anime, mas garanto que você vai encontrar boas histórias nessa minha lista. Um feliz halloween a você que está lendo e um antecipado bom feriado de dia dos finados.


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